Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e a expectativa de receber cerca de 500 mil visitantes no Brasil, a sociedade desperta para um dos assuntos mais preocupantes da atualidade, o aumento dos casos de violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Na semana passada representantes do Estado, Município e especialistas que atuam na área de defesa desse público se reuniram na Assembleia Legislativa para discutir o problema da exploração e apresentar possíveis soluções.
Na ocasião, a deputada estadual Márcia Maia (PSB), propositora da audiência pública sugeriu a criação de um selo e de cartilhas com informações sobre o crime para serem distribuídas entre a população local e de turistas. A ideia é que estabelecimentos ligados ao setor de Turismo, como a rede hoteleira, bares, restaurantes, pousadas, empresas de taxi, entre outras, se aliem a causa do combate à rede de exploração sexual. Além desses estabelecimentos, a deputada sugere que a cartilha seja distribuída no aeroporto, na chegada dos turistas. “Nessa publicação deve ter informações sobre o crime, as penalidades para que o cometer e informações sobre como uma pessoa deve proceder, caso seja vítima”, disse a deputada.
Durante a audiência, cujo tema foi “Copa Legal: O RN no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes”, a deputada Márcia falou sobre números relacionados aos casos de abuso. “Em 2012, o Disque 100 registrou cerca de 130 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes. Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, foram 14 mil notificações de violência doméstica contra crianças de idade abaixo de 10 anos. Sabemos que eventos como a Copa do Mundo permitem que as redes criminosas violem os direitos das crianças e adolescentes”, informou.
Para a deputada, se não houver uma ação imediata e emergencial, haverá um incremento da violência e da exploração no Rio Grande do Norte, com a realização do Mundial. “O Governo do Estado reconheceu que a Secretaria da Copa não tinha projeto algum voltado para o setor. Precisamos nos preocupar mais com nossas crianças e adolescentes. Caso contrário, o que ficará é um legado de miséria, de infâncias e de futuros roubados pela ausência da ação do poder público”, argumentou.
A deputada lembrou ainda da situação caótica em que se encontra a única delegacia da Criança e do Adolescente. Márcia falou, ainda, da importância em se criar mais delegacias na Região Metropolitana ne Natal. “Quando uma criança ou adolescente é vitima, falhamos todos nós. Façamos nossa parte. Que nossas ações venham impedir que outros inocentes sejam aliciados. Que o futuro do nosso país não seja um futuro de crueldade”, declarou.
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