Em discurso na tribuna do Senado o líder do Democratas José Agripino disse que o principal motivo para os problemas da mobilidade urbana no Brasil deve-se à falta de planejamento e prioridades do governo federal ao tema. O senador falou de sua experiência quando foi prefeito de Natal, de 1979 a 1982, em que contava com o auxílio de dois órgãos de planejamento para priorizar a mobilidade urbana da região: a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos e o Grupo Especial de Planejamento de Ações Urbanas.
“Eram órgãos dirigidos por técnicos e políticos com capacitação técnica a quem eu recorria como prefeito para fazer, durante os anos de mandato, ações como todos os corredores norte e sul, leste e oeste, mediante planejamento e realizados com prioridade orçamentária”, contou Agripino. O senador ressaltou ainda que, quando foi governador do Rio Grande do Norte, construiu mais de 50 quilômetros de superfície de trem entre municípios da Grande Natal (Ceará Mirim, Extremoz, Natal, Parnamirim). "Isso eu fiz na década de 80. Quando eu ouço hoje o governo falar que vai colocar em funcionamento em Salvador, a terceira maior capital do país, seis quilômetros de metrô, eu caio de costas", disse.
Esta semana Agripino recebeu, em seu gabinete, alunos do ensino médio dos colégios Lourenço Castanho e Nossa Senhora das Graças, ambos de São Paulo. “Abri um espaço e me reuni com eles para ouvir este segmento da juventude e vi que as preocupações deles são maduras, pertinentes. Conversamos de igual para igual e eles perguntaram sobre o futuro da mobilidade urbana do país”, contou o senador durante o discurso. “E disse a eles: deixou de existir no país um órgão de planejamento com prioridade para investimentos em coisas que dizem respeito à mobilidade urbana”.
O líder acrescentou que o Brasil está longe de obter um transporte público de qualidade, como o metrô. O senador afirmou que, quando está fora do país, sente a diferença dos investimentos em mobilidade urbana. “Temos metrôs ridiculamente construídos ou em fase de construção em Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo. Comparando-se à quantidade de quilômetros que uma cidade como Paris, Moscou, Nova York, Viena possuem a uma metrópole chamada São Paulo é de se ter vergonha", frisou.
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