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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Matemática: nem tudo são números


Para dismitificar o ensino da matemática, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido realiza hoje, 03, e amanhã, 04, o I Seminário Interdisciplinar de Matemática. A ideia é associar a disciplina a outras ciências como a língua portuguesa, a física e a computação. Além de palestras e mesas redondas estão sendo realizadas oficinas com os referidos temas. A abertura aconteceu na manhã dessa quarta-feira, 03, no Auditório Amâncio Ramalho, no Câmpus da Ufersa Mossoró.

A mesa de abertura com o tema: Matemática, uma ciência presente na vida, contou com a participação do professor doutor, Jorge Brandão, da UFC e, dos professores da Ufersa, também doutores, Ronaldo Garcia e Walter Martins, pró-reitor adjunto de graduação. “A matemática não deve ser vista como obstáculo, mas como uma ciência com base para as demais áreas como engenharia, mecânica, biologia, física, enfim, todas as áreas têm fundamentos da matemática”, afirmou o professor Walter Martins.

Ainda segundo Walter Martins é grande a distância entre o ensino acadêmico e a realidade encontrada nas salas de aula. “De um modo geral, a matemática é uma ciência muito maltratada”, considerou, se referindo aos sérios problemas estruturais detectados no ensino médio, principalmente, a falta de professores. “As pessoas não querem mais ser professores de matemática”, pontuou. Para Walter a questão salarial e a falta de motivação são os pontos principais. “O professor tem que acreditar que o trabalho dele vai agregar valor aos estudantes”, opinou. Para isso, é preciso que o educador trabalhe outros temas de forma transversal ao lecionar a matemática, citando como exemplo, a leitura.

O professor convidado, Jorge Brandão, questionou a plateia sobre a necessidade e também sobre a realidade dos estudantes. Segundo ele, essas duas perguntas são fundamentais para a prática em sala de aula. Outro ponto é fazer com que os alunos entendam o significado das palavras. Para isso, Brandão exemplificou com o MMC. “Os alunos sabem o que significa as palavras Mínimo, Máximo, Comum?”. Para o professor Jorge Brandão, na matemática há muito da língua portuguesa, para descobrir, basta apenas analisar a fonética, a morfologia e a origem latina das palavras. “Os professores de matemática precisam, na sua prática em sala de aula, utilizar a leitura de textos, textos esses, não necessariamente sobre matemática”, aconselhou Jorge Brandão.

Já o professor Ronaldo Garcia, coordenador do Mestrado Profissionalizante em Matemática, o Profmat da Ufersa, ressaltou que a matemática deve ser encarada como mais uma ferramenta para a aquisição do conhecimento, e não como um fim. O professor alertou para a necessidade dos professores e alunos reconhecerem a matemática como uma ciência interdisciplinar. O I Seminário Interdisciplinar em Matemática prosseguirá até essa sexta-feira, 04, com palestras, mesas redondas e oficinas.

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