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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Cadeia leiteira do RN ganha projeto sustentável para se desenvolver


A Câmara Técnica Setorial de Leite e Derivados do Estado do RN (TECLEITE) apresentou na manhã desta segunda-feira (8) um estudo detalhado sobre a cadeia leiteira do Rio Grande do Norte com alternativas para recuperar e fortalecer a produção de leite e derivados no Estado. Um dos principais caminhos a ser seguido a partir de agora, de acordo com a opinião dos técnicos de entidades engajadas no projeto, é ampliar a produção para o mercado consumidor interno. “Passamos muito tempo produzindo apenas para atender o Programa do Leite, mas agora queremos conhecer melhor nossa produção para direcioná-la também para o mercado interno, para fazer com que as prateleiras dos supermercados potiguares fiquem lotadas de produtos da terra”, enfatizou o diretor da TECLEITE, Acácio Brito.

A apresentação aconteceu em um café da manhã no restaurante Mangai e contou com a presença de autoridades como o ministro Garibaldi Filho (PMDB), o presidente da Associação de Criadores do RN (Anorc), Antônio Teófilo, o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade), o presidente da Federação da Agricultura do RN (Faern), José Vieira, o diretor técnico do Sebrae no RN, João Hélio Cavalcanti, representantes do Sindicato dos Produtores de Leite, Marcelo Passos, e do Sindicato das Indústrias de Leite e Derivados, Francisco Belarmino, dos Núcleos de Raças Leiteiras e Pardo Suíço e ainda do Ministério da Agricultura e Abastecimento e da UFRN.

O estudo realizado durante um ano pela TECLEITE apontou quatro caminhos a serem seguidos para fortalecer a cadeia: desenvolver ações de mercado, criar um ambiente institucional e de governança, promover inovação e tecnologia e formular as chamadas UBLs – unidades de beneficiamento de leite. Segundo Acácio Brito, a seca não é o único nem o principal problema dos produtores de leite do RN. A questão do mercado é ainda maior. “É um problema muito sério no nosso setor. Precisamos fazer com que o potiguar consuma o nosso leite e derivados e, para isso, precisamos qualificar esse produtor, torna-lo competitivo”, emendou.  


Dentro das ações de mercado, a ideia da TECLEITE é realizar pesquisas, criar uma marca coletiva para ser usada pelos produtos da cadeia, promover campanhas de marketing, criar o pagamento do leite na qualidade e a identificação de produtos a serem contemplados. No que diz respeito à formulação de UBLs, a intenção é atender 120 e certificar 60 ao longo dos próximos quatro anos.  A formação de um banco de dados com indicadores da pecuária leiteira do RN é outra pauta importante que a Câmara quer seguir. De acordo com Acácio Brito, a falta de números é outro empecilho para o mercado potiguar. “Temos essa carência de dados e números que desenhem a nossa cadeia. Queremos investir nisso a partir de agora”, acrescenta.

Entidades do agronegócio elogiam projeto e cobram apoio governamental para acelerar a economia rural

O presidente da Anorc, Antônio Teófilo, comemorou a iniciativa. “É de atitudes como essa que precisamos para o setor. Não adianta lamentar a seca dos últimos quatro anos ou a falta de incentivo do poder público, precisamos agir, buscar alternativas para restaurar a nossa cadeia leiteira. Esta proposta demonstra planejamento, organização, apontando onde queremos chegar e como fazer isso”, disse. O presidente da Faern, José Vieira, também elogiou o projeto e destacou apoio do SISTEMA Faern/Senai, conclamando os segmentos participantes a se unirem em torno da ação cobrando envolvimento maior por parte do Governo do Estado e Governo Federal.

O deputado estadual Kelps Lima, representante da Assembleia Legislativa, propôs a apresentação do projeto ao novo Governo e sugeriu que estas ações fossem incluídas entre as prioridades da aplicação de investimentos previstos no empréstimo recém aprovado pelo Legislativo. Kelps defende investimento maciço no incentivo aos segmentos produtivos, entre eles a cadeia do agronegócio. "São de iniciativas como estas da Tecleite que o Estado precisa. Um projeto que revitaliza a cadeia do leite e do campo, faz a renda circular e retornar para o Estado em forma de tributos. É desta maneira que devemos retomar a discussão do crescimento do Estado", destacou.

TECLEITE – É com objetivo de fortalecer a cadeia do leite potiguar que foi criada a TECLEITE/RN - Câmara Técnica Setorial de Leite e Derivados do Estado do RN. A TECLEITE conta com apoio da ANORC – Associação Norte-rio-grandense de Criadores e é composta por 19 instituições. Durante um ano, técnicos se dedicaram à preparação de um projeto para identificar demandas e oportunidades ao desenvolvimento do segmento leiteiro. Este projeto pretende nortear as medidas que devem ser adotadas para o desenvolvimento do setor.

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