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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Da tribuna, Agripino critica manobra do governo para aprovar superávit primário

Segundo líder do DEM, oposição vai levar discussão ao nível da exaustão

Em discurso na tribuna do Senado nesta quarta-feira (19), o líder do Democratas, José Agripino (RN), classificou como “tentativa de desmoralização do Congresso” a atitude da base governista de atropelar o regimento interno durante votação da meta fiscal de 2014, nesta terça-feira (18), na Comissão Mista de Orçamento (CMO). “O governo queria, a um só tempo, desmoralizar o Congresso na sua obrigação maior e fazer com que o orçamento perdesse completamente o sentido”, criticou o parlamentar.

Na noite desta terça-feira, aliados do governo federal desrespeitaram o prazo regimental para garantir a aprovação do parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que altera o superávit primário. Indignada com a manobra, a oposição ameaçou entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a anulação da sessão, mas, com receio de adiar ainda mais a tramitação da matéria, governistas aceitaram uma nova reunião na tarde desta quarta-feira (19).

Segundo o regimento interno, são necessários dois dias de prazo entre a leitura e aprovação do relatório – o chamado interstício. Na tarde desta quarta-feira, o governo tentou aprovar a mudança do interstício, mas, por falta de quórum, a sessão foi encerrada. Eram necessários 18 membros na CMO, mas havia apenas 15. O Congresso tem sessão marcada para a próxima terça-feira (25), mas é preciso votar os vetos presidenciais antes de analisar matéria orçamentária.


“Hoje são 38 vetos, alguns extremamente polêmicos, como, por exemplo, a matéria que propôs a criação de Municípios. Vetos da maior importância. Isso é um acordo de líderes, respeitar o Regimento, é isso que tem que imperar, o respeito às normas regimentais”, disse Agripino.

Superávit primário

O superávit primário é a diferença entre as receitas e as despesas do governo durante o ano e é usado para pagar a dívida interna. O senador potiguar lembrou que o país possui hoje uma das maiores dívidas públicas do mundo: mais de R$ 2 trilhões. “A dívida pública está beirando a casa do trilhão de dólar. É muito alta, mas mais do que muito alta. O custo para manter essa dívida interna é feito a uma taxa de juros de 11,25% ao ano, a taxa Selic, que essa, sim, uma das mais altas taxas de juros, inclusive reais, do mundo”.

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