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domingo, 4 de agosto de 2013

Opinião

Tenho o maior respeito e admiração pelo Poder Judiciário e em particular pelo eleitoral, pois torna todo cidadão igual para escolher seu representante, independentemente de classe, cor ou credo, porém tenho visto ultimamente na TV uma convocação que me deixou perplexo.
Recentemente, houve caso no Rio em que uma médica, usou moldes de silicone para  marcar o ponto de outros funcionários, burlando assim o que seria uma tecnologia à prova de fraude.
Agora a Justiça Eleitoral infringe de maneira coerciva, a todos os cidadãos entre os 18 e 70 anos a obrigatoriedade de um recadastramento digital, de eficácia duvidosa, sob pena de ter-se  o título de eleitor cassado e pagamento de uma multa eleitoral.
É como se eu estivesse lendo novamente Aldous Huxley  em  Admirável  Mundo  Novo; será esse recadastramento a “SOMA”  ingerida pelos pacíficos eleitores? 
A Justiça Eleitoral têm realmente tanta certeza assim, que há fraude nas eleições que compense um investimento tão alto?
Tomemos como Exemplo; levando-se  em conta que São Paulo tem 425 zonas eleitorais e 87.660 seções eleitorais e que um leitor de impressão digital custa em média R$ 300,00, só em SP serão gastos  26.298.000,00.
Mesmo sabendo que a internet cresce a cada dia que passa, ainda é grande, principalmente no interior e na periferia das grandes cidades o número de pessoas que não tem acesso a rede wi-fi e a equipamentos que possa acessá-la. 
A Síndrome de Nagali é uma doença degenerativa que gera dificuldade de segurar objetos, virar páginas de um livro, etc, isso por ausência das impressões  digitais, há também a perda temporária das digitais em algumas profissões, tais como colheita de frutas cítricas, pedreiros e quem trabalha com produtos abrasivos em geral, sem contar os amputados;  Imagino que esses eleitores não serão privados do direito de votar e  a logística para isso oneraria ainda mais o recadastramento.
Como diria Nelson Rodrigues em suas crônicas é “Obvio ululante” que há setores do país com necessidades de investimento mais plausíveis,  basta ver a crise na classe médica e nos transportes. Acredito piamente que nosso padrão eleitoral é suficientemente eficaz, a prova disso é a importação com êxito da nossa tecnologia de outros países.
 Uso da prerrogativa de cidadão pra expressar o meu protesto e continuo confiante em meu país e em sua justiça.

Fernando Lins
Músico e professor

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