Walmira Guedes, secretária de Saúde de Extremoz |
Na verdade, era para o município de Extremoz fazer parte do Consórcio Intermunicipal da Rede SAMU, mas os vereadores desaprovaram o Projeto de Lei que permitiria a entrada de Extremoz no consórcio. “A Lei que beneficiaria Extremoz foi vetada em um primeiro momento pela Câmara Municipal, em março de 2011. Os vereadores contrários a matéria deram a impressão de não terem entendido os termos do consórcio, primordial para incluir a cidade no contexto do consórcio”, lamentou a secretária de Saúde do município, Walmira Guedes.
“Para que Extremoz pudesse ser contemplado seria preciso aprovação do Protocolo de Intenções firmado pela prefeitura e o consorcio, protocolo que deveria ser aprovado pela CME. A responsabilidade financeira do município seria de 0,20 (vinte centavos) per capita. Na época da solicitação, o município entraria apenas com uma contra partida de R4 4.550,00, tento em vista a população de 22.750 habitantes”, contou a secretária.
A “interpretação”
O fato é que a maioria da Câmara Municipal de Extremoz não conseguiu interpretar a planilha orçamentária do consórcio ou preferiu o viés político, sobre a responsabilidade financeira do município. Fonte ligada a CME afirmou que alguns vereadores simplesmente imaginaram que os 20% que seria rateado entre os municípios da Grande Natal seria de responsabilidade exclusiva da Prefeitura de Extremoz. Outra fonte sinaliza, apenas, como uma decisão política porque a vida do SAMU tornaria obsoletas ambulâncias pertencentes a alguns edis, muito úteis para obter gratidão, que se transforma em voto.
“Tentei várias vezes, sem sucesso, me reunir com os vereadores de Extremoz para esclarecer a interpretação errônea do protocolo e sanar todas as dúvidas inerentes ao consorcio”, relatou Walmira Guedes. “Tentei me manifestar durante a sessão em que votaram contra o projeto, porém não me deram ouvidos e sequer fui permitida a falar”, concluiu Walmira Guedes.
Diante da inimaginável decisão da CME, o prefeito Klauss Rêgo, procurou a governadora Rosalba Ciarlini com o objetivo de conseguir ajuda para montar uma Central de Ambulâncias, tendo recebido, de pronto, sua anuência. Além disso, mesmo fora do Consórcio Intermunicipal da Rede SAMU, a governadora concedeu a Extremoz uma base descentralizada do SAMU, da Região Ampliada, com ambulância a disposição do município, sendo que toda a despesa decorrente dessa base corre por conta do Governo do Estado.
Tarde demais
Depois do andamento da solução conseguida pelo prefeito, a CME resolveu, enfim, aprovar o Projeto de Lei número 603/2012, que havia negado em março de 2011. Talvez por finalmente atentar para a Lei maior, número 11.107, de 06 de abril de 2005, que versa sobre esse tipo de consórcio. Mas, aí, já não teve mais o efeito produtivo que a criação da Central de Ambulâncias vem causando na população.
A decisão da CME de desaprovar e depois aprovar o Projeto de Lei, quando a Central de Ambulâncias já era uma realidade, causou ao povo de Extremoz a impressão do dever não cumprido por parte daquela Casa de Leis. Impressão natural, quando se vê a mistura do ato magistral de legislar com o de fazer política partidária. (LS).
Foto: LeoSodré
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