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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Secretaria de Estado da Saúde faz alerta sobre afogamentos

Com a chegada do verão, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), através do Núcleo de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANT), recomenda à população os cuidados a serem observados com relação aos afogamentos, já que a procura por praias tem um aumento considerável neste período do ano.
Dados da Secretária Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte, em 2011, mostram que em todo Estado foram registradas 113 mortes por afogamento, com um risco mortalidade de 3,53/100 mil habitantes. Os maiores números de óbitos ocorreram na II Unidade Regional de Saúde (Ursap), sediada em Mossoró, com 25 registros, seguida da Grande Natal, com 24 mortes por afogamento, e finalmente a I Ursap, com 23 afogamentos. Os municípios com maior incidência são Nísia Floresta, Natal, Parnamirim e Mossoró. A avaliação por sexo e idade mostra que 89,4% dos óbitos vitimaram pessoas do sexo masculino, sendo 58,4% desse total na faixa etária de 20 a 49 anos.
De acordo com a técnica responsável pela DANT, Severina Pereira, a definição utilizada e adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para afogamento compreende "o processo resultante da insuficiência respiratória causada por submersão/imersão em líquido". "Segundo a OMS, os afogamentos são responsáveis por 0,7% de todas as mortes ocorridas no mundo (mais de 500 mil por ano), número que subestima o total, porque não inclui inundações, tsunamis e acidentes de navegação", informa Severina Pereira.
Entre os fatores de risco que terminam caracterizando o espectro das vítimas de afogamento registram-se, no sexo masculino, a idade entre 20 e 49 anos; o uso abusivo de bebidas alcoólicas; e expor-se à água e nadar sem a supervisão de alguém. "Nesse espectro, quem sofre de epilepsia corre risco15 a 20 vezes maior", observa Severina Pereira.
As estatísticas estabelecem entre as causas e tipos de ocorrência, o afogamento primário, que é o provocado por uma situação inesperada que foge ao controle da pessoa, já que, sabendo ou não nadar, ela pode ser arrastada pela correnteza, por exemplo; o afogamento secundário, que ocorre como conseqüência do consumo de drogas, especialmente de álcool (o álcool é a principal causa de morte por afogamento em adultos), crises agudas de doenças, como infarto do miocárdio, AVC e convulsões.
Severina adverte, ainda, que o afogamento pode ocorrer em razão de traumatismos cranianos e de coluna decorrentes de mergulho em águas rasas, hiperventilação voluntária antes dos mergulhos livres, doença da descompressão nos mergulhos profundos, hipotermia e exaustão.
Acerca da prevenção dos afogamentos, o DANT recomenda alguns cuidados, que são fundamentais para diminuir o risco de afogamentos. Entre eles, evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de entrar na água; não perder as crianças de vista nos ambientes em que há água por perto; as crianças que não sabem nadar devem usar bóias e coletes salva-vidas o tempo todo; o acesso a piscinas em residências e clubes deve ser dificultado pela colocação de grades; sendo indispensável que tão logo atinjam a idade conveniente, as crianças aprendam a nadar.
Outras recomendações abrangem as seguintes observações: mesmo que saiba nadar bem, não entre na água se tiver exagerado nas bebidas alcoólicas; não mergulhe em águas cuja profundidade não seja conhecida; não se aventure em mergulhos solitários e à noite; as crianças exigem cuidados redobrados, mesmo quando estiverem com bóias, próximas de pessoas conhecidas e num ambiente que lhes é familiar; não tente segurar uma pessoa que está se afogando. No desespero, ela pode arrastar você e colocar sua vida em risco; ofereça a pessoa que está se afogando um objeto que possa ajudá-la a flutuar e sair da água; chame o resgate (192), tão logo seja possível, eles têm treinamento especializado nesse tipo de salvamento.
A DANT informa outros procedimentos a serem observados: logo após o resgate do paciente, é fundamental retirar as roupas molhadas da vítima, elevar sua temperatura corporal se apresentar hipotermia, proteger a coluna cervical quando houver suspeita de lesão e iniciar a respiração boca a boca. As manobras de recuperação cardiorrespiratória (RCR) ou cardiopulmonar (RCP) para combater a hipoxemia (insuficiência de oxigênio no sangue) devem começar imediatamente no local do acidente, porque são essenciais para a recuperação e sobrevida do paciente.

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