Com a reordenação do atendimento pediátrico nos hospitais do Estado, as crianças que precisarem de atendimento de urgência e emergência, a partir deste mês, devem ser levadas às Unidades Municipais de Saúde, pois são elas as responsáveis por garantir esse tipo de atendimento à população.
A Unidade de Pronto-Atendimento de Pajuçara e Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste, em Natal e a Unidade de Pronto-Atendimento de Rosa dos Ventos, em Parnamirim, são exemplos de unidades de saúde que devem prestar este atendimento à população. Somente após serem avaliadas, elas devem ser referenciadas, pela Central de Regulação Médica, para outros hospitais de acordo com a gravidade do caso.
O Rio Grande do Norte possui dois hospitais preparados para garantir atendimento e resolutividade aos pacientes graves do Estado: o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel/Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, referência em traumatologia (fraturas graves, afogamentos, queimaduras) e o Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes (HMAF), referência em urgência clínica e cirúrgica. As crianças que chegam a essas unidades precisam de atendimento rápido, especializado e eficaz.
“O Hospital Maria Alice é uma unidade de porta referenciada, ou seja, chegam aqui as crianças que já passaram por um posto de saúde ou por outro hospital e que o médico, ao avaliar a gravidade do caso, constatou a necessidade de um atendimento de urgência de alta complexidade, pois aqui somos referência em urgência clínica e cirúrgica, exceto os casos de trauma, que são encaminhados para o Hospital Walfredo Gurgel”, explica o diretor Wilson Cleto. O Pronto-Socorro do HMAF conta com um quadro de 23 pediatras para compor uma escala de plantão 24 horas em todos os dias da semana, realiza uma média de 30 atendimentos por dia, totalizando cerca de 1.100 por mês, e os cirurgiões pediátricos de plantão realizam cerca de 200 procedimentos mensais.
A Coordenadora de Hospitais e Unidades de Referência (Cohur) da Sesap, Camila Costa, explica que a medida foi tomada não com a intenção de diminuir ainda mais a oferta de serviços pediátricos à população, mas com o objetivo de garantir a assistência de alta complexidade que é de responsabilidade dos hospitais estaduais, prejudicados com a demanda da atenção básica. “Nossos hospitais não estavam tendo a sua efetiva resolutividade, a Sesap vinha enfrentando sérios problemas para fechamento das escalas do Hospital Santa Catarina e Walfredo Gurgel, e serviços importantes como a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Maria Alice estavam sem condições de funcionar devido à falta de pediatras”.
A população da zona norte, representada por cerca de 300 mil habitantes, assim como moradores de outros municípios da Grande Natal e interior do Estado, recorria ao Hospital Dr. José Pedro Bezerra (Santa Catarina) como opção de atendimento médico pediátrico de urgência, sendo que aquele hospital é a maternidade estadual de referência em gestação de alto risco, onde têm atendimento garantido as mães e bebês, já que essa unidade hospitalar conta com 25 leitos de UTI Neonatal, realiza uma média de 450 partos por mês, sendo quase metade deles cesáreas, e entre eles estão os partos de alto risco, nos quais o recém-nascido precisa de cuidados intensivos e complexos. Com toda essa demanda, o hospital encontrava-se há vários meses com dificuldades de cumprir uma escala de pronto-socorro que atendia principalmente casos ambulatoriais de baixa complexidade, e a partir de agora precisa garantir sua escala de plantão permanente, composta por obstetras, anestesistas, pediatras, neonatologistas e intensivistas.
Este redimensionamento permitirá que a Sesap mantenha em pleno funcionamento 7 novos leitos de Terapia Intensiva do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, disponibilizados às crianças em condições crônicas que necessitam de cuidados especiais, a exemplo de outros leitos de UTI Neonatal. Além disso, a população terá como garantia dois hospitais de referência, que estarão efetivamente oferecendo atendimento e internamento para os casos de alta complexidade.
Já os serviços de pediatria realizados no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, também foram readequados desde o dia 1º de novembro. Os cinco pediatras estatutários que atuavam naquela unidade passaram a compor as escalas dos Hospitais Maria Alice Fernandes e Monsenhor Walfredo Gurgel. A mudança no Deoclécio Marques foi baseada no fato histórico de que as demandas da unidade estavam, em sua maioria, relacionadas a atendimentos de baixa complexidade e de caráter ambulatorial, além do que o atual quadro de carência de profissionais pediatras na Rede Estadual de Saúde vinha impossibilitando o fechamento das escalas de plantão.
Com o remanejamento da pediatria do Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim, para reforçar as escalas do serviço de alta complexidade dos Hospitais Monsenhor Walfredo Gurgel (HWMG) e Maria Alice Fernandes, tornou-se possível, desde o começo do mês de dezembro, a ampliação de oito novos leitos de reanimação, permitindo ao Deoclécio dividir com o HMWG a demanda de acidentes automobilísticos, entre outros atendimentos na área de urgências e emergências. Referência em trauma no Rio Grande do Norte, o Deoclécio Marques dispõe hoje de 10 leitos de UTI, 28 leitos clínicos, 12 cirúrgicos e 36 de ortopedia.
Em Mossoró, o Hospital da Mulher é referência em gestação de alto risco na Região Oeste do Rio Grande do Norte e realiza, por mês, uma média de 400 procedimentos, entre eles quase 300 partos. Atualmente, o hospital dispõe também de nove leitos de UTI Adulto, sete de Cuidados Intermediários Neonatal, três de Pré-parto, Parto e Pós-parto, além de 33 leitos de internamento e duas salas de cirurgias.
A Sesap também mantém cinco pediatras para atendimentos de urgência e emergência no Pronto Socorro Infantil, do Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros (HRMAB), em São José de Mipibú, o que deveria ser responsabilidade da Prefeitura Municipal. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública administra, ainda, toda a gestão da maternidade do HRMAB, onde conta com 6 neonatologistas, 22 leitos de alojamento conjunto (mãe e recém nascido) e realiza uma média de 170 partos por mês.
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