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segunda-feira, 23 de março de 2015

“Abraçaço” para salvar o Pontal de Baía Formosa




Surfistas, imprensa, autoridades participam 
do ato de amor à natureza

O pico de surf mais famoso e querido do Rio Grande do Norte pede socorro diante da  poluição que com certeza será causada se a tubulação de drenagem, já instalada no local, comece a funcionar e leve todo tipo de dejetos para a praia. A “boca de lobo” é voltada exatamente na esquina, destruindo um dos cartões-postais mais emblemáticos da cidade. Na tentativa de salvar o Pontal, a Associação de Surfistas e Amigos da Praia de Baía Formosa (ASBF-RN) promoveu “Abraçaço” no local neste domingo, 22 de março, num ato simbólico e pacífico para chamar a atenção das autoridades competentes e da imprensa para mais este crime ambiental cometido pela prefeitura municipal. Na data em que se comemora o Dia Mundial da Água, a comunidade pretende levar seu recado a quem ama e se importa com o bem maior de BF, que é a natureza exuberante.  

Leia abaixo o release que denuncia mais uma intervenção ilegal a mando so senhor prefeito Nivaldo Melo (PSB):

Pontal de Baía Formosa sofre mais um crime ambiental

Prefeitura instala tubulação de manilhas, com 60 cm de diâmetro, para poluir o principal pico do RN, que está no auge devido à ascensão do atleta Ítalo Ferreira à elite mundial do surf.

Com argumento falho de “drenagem” para águas pluviais, apresentado a moradores pelo secretário de obras Albérico, a prefeitura iniciou no início de março mais uma obra ilegal que coloca em risco o Pontal de Baía Formosa, praia conhecida internacionalmente pela qualidade de suas ondas e que alçou à elite mundial o atleta Ítalo Ferreira. A comunidade de surfistas e amigos de Baía Formosa, cidade localizada a 95 km ao Sul da Capital, está se mobilizando contra essa verdadeira AGRESSÃO a um dos cartões-postais mais emblemáticos e mais encantadores de todo o nosso litoral.

No ano passado, a prefeitura foi obrigada a recuar porque a obra de urbanização do pico foi embargada pelo Idema – com reforço do Ministério Público Federal e Superintendência do Patrimônio da União - por não se enquadrar às normas ambientais. Mas, desde 2010, quando o prefeito e empresário Nivaldo Melo (PSB) assumiu o primeiro mandato público, o Pontal vem sofrendo modificações em sua paisagem natural (como pode ser conferido pelas fotos em anexo), com aterros de rejeitos de construção civil, criando um barranco com objetivo de nivelar por cima. Dessa forma, foi possível fazer pavimentação e estacionamentos dos ônibus de turismo, que só servem ao próprio empresário. Diariamente, os veículos tomam conta da área pavimentada, onde não sobra nem um centímetro para caminhadas de transeuntes.

Nivaldo Melo demonstra que não se tem conhecimento a respeito da poluição de praias urbanas como Areia Preta e Ponta Negra (Natal-RN) e outros famosos picos de surf Brasil afora, e em sua própria Recife, de onde ele veio, que agonizam devido à falta de planejamento dos órgãos públicos e empresas privadas. Estamos de luto e em alerta, porque nossa praia está sendo ameaçada de receber todo tipo de sujeira para contaminar e enfeiar o que é belo por natureza. Com suas atitudes de empresário – que destruiu uma imensa duna para fazer o seu hotel, a olhos vistos das autoridades ambientais – e atitudes de gestor – destruindo a praça Eliza Carlota, no centro da cidade, para fazer um empreendimento sem nenhum valor estético ou comercial,  o prefeito demonstra que não tem nenhum senso: lógico, ecológico e estético, e que conduz Baía Formosa ao seu bel-prazer.

O Pontal de Baía Formosa deveria ser tratado como “a menina dos olhos de BF”, por sua exuberância, por sua beleza natural, pela qualidade das ondas que moldou o surf do garoto que já é uma lenda, por desbancar o americano campeão 11 vezes, Kelly Slater, nessa primeira etapa do mundial, realizada este mês na Austrália, ficando em nono lugar num grupo de 34 feras do mundo inteiro. Diariamente, trinando no Pontal, temos muitos “Ítalos Ferreiras” sendo conduzidos por essa onda mágica, as direitas mais perfeitas do Nordeste brasileiro. Não vamos deixar que uma “boca de lobo” traga todo tipo de poluição para o nosso pico.

Por Eliade Pimentel

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