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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mistério e incômodo na Seleção Brasileira: saiba bastidores do corte de Maicon


Mesma cidade, mesmo hotel, mesmo sistema de entrevistas: parecia apenas mais um dia comum de preparação do Brasil para o amistoso contra o Equador, marcado para terça-feira. Seis jogadores estavam escalados para falar com a imprensa. Mas antes foi informado que o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, faria um anúncio. Não seria um dia comum.

O Hotel Mandarin Oriental foi a casa da Seleção Brasileira durante toda a semana passada. O elenco chegou na segunda e, a partir do dia seguinte, o local virou a sede das entrevistas com os jogadores e até com o técnico Dunga. Foi lá que Gilmar apareceu apressadamente para fazer o depoimento. Cinco jogadores o acompanhavam, iam falar com a imprensa depois, então só ficaram à espreita.

“Vim para agradecer ao Maicon, nosso lateral direito, pela passagem dele pela Seleção, mas hoje ele foi desligado da delegação. Queria mais uma vez agradecer a ele pelo serviço prestado à Seleção Brasileira. Não vou responder a perguntas sobre o assunto, é um problema interno. Gostaria que vocês tivessem a gentileza de não perguntar aos jogadores, porque é um assunto interno que já foi resolvido”, afirmou Gilmar, para logo depois largar o microfone e sair da sala de eventos do hotel.

David Luiz, Marcelo, Luiz Gustavo, Everton Ribeiro e Gil estavam no local para dar entrevistas, mas não podiam falar sobre a “bomba” que tinha acabado de detonar. Mesmo assim era impossível não perguntar.

David Luiz foi o que mostrou maior incômodo com o assunto. Questionado se o desligamento de Maicon foi passado para os jogadores previamente, ele levantou o tom e respondeu sorrindo: “foi passado, assim como foi passado para vocês (jornalistas) para não perguntar sobre tal”. Ele também descartou a necessidade de dar mais detalhes sobre o caso: “a gente segue ordens, isso é um problema interno, então a gente não vai falar disso”, decretou.

Luiz Gustavo tentou manter o mistério também, se recusando a falar sobre o assunto. No entanto, deu a entender que o problema de Maicon foi indisciplina: “foi uma decisão interna. Não cabe a gente falar sobre isso. Mas isso mostra, sim, um exemplo. Com uma notícia dessa, nós (jogadores) temos que nos adaptar ao estilo da nova comissão”, comentou, indicando que a chegada de Dunga deu doutrinas mais rígidas ao ambiente da Seleção.

O que Luiz Gustavo indicou foi confirmado depois: quando os jogadores estavam de saída do hotel para treinar, Rinaldi foi questionado rapidamente por jornalistas. Perguntado se houve lesão, ele disse que não. Perguntado se houve indisciplina, ele disse que sim. Mas prontamente passou a negar qualquer outra resposta. No máximo disse que tinha sido algo grave, mas isso já era óbvio demais.

Então os jogadores foram ao último treino em Miami, que aconteceu de forma leve, com brincadeiras desde o aquecimento e até liberação para a torcida ver o treino. Aparentemente, o corte de Maicon não mudou muito o que se viu em treinos anteriores do Brasil.

Apenas aconteceram mais conversas ao pé do ouvido. Primeiro alguns cochicos entre Gilmar, Dunga e auxiliares. Mais tarde, um papo longo entre quatro jogadores que estavam afastados das atividades principais: Neymar, Willian, Filipe Luis e Diego Tardelli.

O domingo terminou com mais uma pequena confusão. A Seleção viajou a Nova Jersey, onde enfrentará o Equador na próxima terça, mas teve uma chegada tumultuada pela presença de muitos fãs no Hotel W Hoboken.

Após alguns problemas, tudo foi contornado. Pelo menos nesse caso. Porque no caso Maicon ainda há muito para ser explicado. O mistério prova que os próximos dias da Seleção também não serão comuns.

Terra

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