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domingo, 3 de novembro de 2013

Viver o presente de olho no futuro

Por Minervino Wanderley*

Há, em todos nós, uma incurável doença chamada nostalgia. É fogo! À medida que o tempo vai passando, as pessoas mais ficam saudosas. É comum ouvir em rodas coisa do tipo “Naquele tempo é que era bom!”, “Se fosse antigamente vocês iam ver o que era um carnaval!”, “Os bons tempos voltaram! Teremos Colombinas, Pierrôs, tudo como antigamente!”, “Duvido que esse descaso do governo acontecesse na minha época!”. Tem umas assim: “Isso é uma vergonha! Aquele casal se beijando na frente de todo mundo. Por isso que os casamentos não dão certo. É tudo muito fácil!”. E por aí vai. Seria como se o passado fosse um mar de rosas, o presente uma completa desordem. E o futuro, uma mistura de Babel com Sodoma e Gomorra, à espera do Armagedon.

Mas é explicável. Essas pessoas ficaram presas a um passado que foi bom e não querem, sob nenhuma hipótese, dar esse passo à frente. “Era tão bom, pra que mudar?”, pensam elas, inseguras. Cá pra nós, tivemos momentos no passado que, se fosse possível “salvá-los” para vivermos outras vezes, nós o faríamos. Não tenho dúvidas. Porém, temos que ter em mente que a vida segue inapelavelmente na sua rotina e temos que acompanhá-la. Caso não o façamos, ficamos numa espécie de limbo. Nem lá, nem cá.

Por que não pensarmos no presente, que é algo que estamos vivendo agora e, a partir daí, construir nosso futuro? O ontem se foi. O presente está aqui, fazemos parte dele. O futuro, ao contrário do dito popular, pertence a Deus até certo ponto. Calma! Ele nos dá as ferramentas para que forjemos essa estrada, a inteligência para que a utilizemos nessa construção, a saúde para podermos levar à frente nossos projetos, enfim, Ele nos dá tudo. Isso de ficar flanando e deixar tudo por conta d’Ele é deixar de lado a sua vida. Nada disso. Mãos à obra!

O presente, se enxergado com bons olhos, pode proporcionar momentos deliciosos. Nada de se queixar de governo, de taxa de juros, do trânsito, isso é outra coisa. Tem a sua hora – ou quinze minutos, no máximo. Vamos viver um amor que está em plena ebulição! Isso é momento único! Vamos ver as coisas que a Mãe Natureza nos deixou. Não é frescura, não. Isso é sensibilidade. Vamos beijar nossas pessoas amadas. Vamos perdoar eventuais falhas. Vamos ser solidários. Vamos dar bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado. Vamos sorrir, mesmo quando o tempo está carrancudo. Vamos ligar para os amigos. Vamos visitar nossos familiares com mais frequência. Vamos dar menos valor ao vil metal que a gente se liberta de muita coisa. Vamos ser felizes. Afinal, estamos aqui pra isso.

*Jornalista

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