A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), através da Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (Suvam), faz um alerta à população sobre os riscos do contato com animais peçonhentos, sobretudo com os escorpiões. A medida se deve ao fato de que, de janeiro a agosto deste ano, já foram registradas 1.626 mil acidentes com esse tipo de animal.
De acordo com a Sesap, de 2010 a agosto de 2013, um total de 15 mil pessoas foram vítimas de acidentes com animais peçonhentos no Estado. Bem mais da metade, 10 mil casos, foram provocados por picada de escorpião. As abelhas (1061 mil casos) e serpentes (1592 mil casos) dividem com os escorpiões o ranking de animais peçonhentos que provocam mais acidentes no Rio Grande do Norte.
Segundo Amauri Brito, técnico responsável pelo monitoramento dos animais peçonhentos da Suvam, os acidentes registrados no Estado acontecem freqüentemente com a espécie Tityus stigmurus, conhecido como o escorpião amarelo do Nordeste. São animais pouco agressivos e de hábitos noturnos, com grande resistência às condições ambientais. Gostam de se esconder nos entulhos, cercas, pedras e cupinzeiros. Seu alimento mais freqüente são os insetos, principalmente as baratas, favorecendo a convivência com o ser humano.
“Devido à grande especulação imobiliária no RN, esses animais estão migrando do seu habitat natural e vindo para os grandes centros urbanos, como Natal, Mossoró, Parnamirim, o que vem preocupando as autoridades de saúde, pois esse tipo de acidente já se configura com uma praga urbana nesses municípios”, alerta.
O técnico recomenda algumas medidas simples para se evitar acidentes com os escorpiões. “As pessoas devem evitar colocar as mãos em buracos no solo, troncos ou pedaços de madeira, e sempre utilizar luvas quando tais ações forem necessárias. Além disso, ao caminhar é importante utilizar calçados adequados, bem como, é recomendável evitar o acúmulo de materiais como entulhos e restos de construção, além de manter o jardim sempre aparado e bloquear ralos para dificultar o acesso à residência pelos escorpiões”, explica.
Amauri Brito explica que a utilização de galinhas e de inseticidas no combate a esse tipo de animal peçonhento não é eficaz. A galinha tem hábitos diurnos, enquanto os escorpiões são noturnos. Além disso, a ave não tem a força necessária para retirar os entulhos em que os escorpiões geralmente se escondem, elas apenas ciscam. Com relação aos inseticidas, o técnico explica que o escorpião não é um inseto. Por isso esse tipo de veneno se torna ineficaz.
Em caso de acidente, o usuário deve procurar o serviço de saúde mais próximo para uma avaliação médica, de preferência portando o animal, para que o profissional analise qual o tipo do escorpião agressor.
Dor intensa, sensação de ardência ou agulhadas, inflamação no local são alguns dos sintomas da picada de escorpião. Nos casos mais graves, pode acarretar o aumento da frequência cardíaca, suores, enjoos, dificuldade para respirar e queda de pressão. O uso de compressas mornas no local da picada ajuda a aliviar a dor.
Além dos escorpiões e serpentes, fazem parte do grupo de animais peçonhentos as aranhas, insetos do grupo das abelhas, maribondos, lagartas (taturana ou lagartas-de-fogo), alguns anfíbios como sapos e aquáticos do tipo arraias, bagres, peixe-pedra (niquim), águas-vivas e caravelas.
Qualquer dúvida com relação à prevenção e cuidados com os acidentes com esse tipo de animal pode ser esclarecida com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município. No RN temos CCZ nos municípios de Natal, Parnamirim, Mossoró, Currais Novos, Caicó e Serra Negra. Além disso, o usuário procurar a sede das Unidades Regionais de Saúde Pública ou a Sesap, por meio do Centro de Assistência e Informações Toxicológicas do Rio Grande do Norte.
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