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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ação conjunta reduz índice de paradas cardíacas em pacientes com morte encefálica

Uma ação conjunta entre o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Organização de Procura de Órgãos (OPO), reduziu de 25% para 7% o índice de paradas cardíacas em doadores de órgãos com morte encefálica comprovada.  A paralisação repentina das funções do coração era a maior causa de perdas de captação no Walfredo Gurgel. Mesmo sendo o doador um cadáver, para que rins, coração e fígado, por exemplo, possam ser extraídos em perfeitas condições, o músculo cardíaco precisa estar funcionando e fornecendo sangue e oxigênio para todo o corpo.

A parceria entre as instituições é fruto de um projeto de extensão, vinculado a UFRN, que através de processo seletivo, elegeu seis estudantes entre o sétimo e o oitavo período do curso de medicina para auxiliar na manutenção e no cuidado ao potencial doador falecido. O trabalho consiste, principalmente, no preenchimento de uma prescrição padrão, (sempre auxiliados pelo médico do plantão) para que o aluno aprenda as rotinas do serviço. O Projeto contempla ainda aulas curriculares acontecendo a cada quinze dias, também dependendo do número de potenciais doadores existente no HMWG.

De domingo a domingo, os seis integrantes se revezam, nos plantões vespertino e noturno, alternando entre um ou dois alunos a cada dia, de acordo com a demanda do hospital. Todos tem acesso integral às unidades de tratamento dos pacientes críticos.

“Nós perdíamos muito doadores porque não conseguíamos dar a assistência e os cuidados adequados, pois essa não é uma função primordial da OPO. Por Portaria, a OPO não faz assistência ao doente. Nos apenas avaliamos o doador, colhemos os exames, mas não fazemos a parte assistencial”, explica a coordenadora da Organização, Suzele Freitas.

Sobre como surgiu a ideia do projeto, Suzele conta que “vimos essa demanda de terapia intensiva reprimida e criamos esse projeto de extensão que veio para auxiliar o hospital nos cuidados ao doador”. Já a escolha do Walfredo Gurgel para ser beneficiado com a iniciativa foi inevitável. “O Walfredo tem mais de dois terços dos pacientes com morte encefálica do estado”, revela.

Nas campanhas da OPO e Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), os estudantes representam as letras da palavra D-O-A-Ç-A-O. Segundo Suzele, eles também doam parte do seu tempo de estudo extra-curricular aos cuidados do doador falecido. Escolhemos o nome doação para que cada um fosse uma letra da palavra”, conta.

O trabalho dos cuidadores já rendeu outros desdobramentos positivos. Supervisionados pelos técnicos da Organização, os dados colhidos pelos alunos na execução do projeto resultaram em quatro trabalhos apresentados no XIII Congresso Brasileiro de Transplantes, de 12 a 15 deste mês, no Rio de Janeiro.

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