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domingo, 13 de janeiro de 2013

A FÁBRICA DE COMPETÊNCIAS IRREAIS


Por Flávio Rezende*

       Começo o presente “escrito” revelando logo meu lado frouxo. Como não tenho estrutura psíquica para encarar conflitos, sendo este aspecto de minha existência real, vou relatar milagres, deixando os santos quietos.
        Faço isso até por um motivo superior. As incompetências que detectamos em nossas convivências, podem ser temporais e, até terem ocorrido apenas com a gente. Como tendemos naturalmente a generalizar, corremos sempre o risco de errar também em nossas avaliações.
      A inspiração para o presente texto veio da mídia espontânea, aquela que observamos em blogs, sites, facebook e twitter. Vemos nestes espaços que algumas empresas locais são muito badaladas, citadas, comentadas e reverenciadas. A leitura despreocupada de tais postagens leva qualquer um a crer na veracidade das colocações, alçando a mente automaticamente a aceitação da competência de tais empresas.
     Assim como escritor, jornalista etc e tal, também trabalho com eventos vez por outra e, utilizo prestadores de serviços diversos. Em determinados momentos, a vida colocou certas badaladas empresas em minha trajetória e, o que percebi em algumas, foi um festival de erros, falhas, incompetências, falta de cuidado, atrasos, arrogância, ausência de retornos e outros babados mais.
      Recentemente uma atingiu o ponto de chegar ao local do show exatamente no momento em que ele estava anunciado para começar, causando uma série de problemas, além de não levar tudo o que foi contratado, entre outros detalhes.
       Essa empresa é tida como tampa de furico, top de linha e, ao menos para meu ser, mostrou ser um poço de incompetência e de irresponsabilidade. E o serviço não era filantropia não, era pago e bem pago.
      No campo profissional isso também acontece. Trabalho com assessoria de imprensa e, nós do ramo, somos cada vez mais procurados por profissionais liberais. Claro que aceitamos fazer a divulgação de suas habilidades e/ou ofícios, isso é natural e não tem nada de errado no trabalho.
    O problema é que tanto os profissionais, como os produtores culturais e seus eventos, só dizem o lado bom das coisas, sendo esse fato também óbvio. Mas, a realidade, muitas vezes mostra que alguns são extremamente incompetentes, que os eventos não cumprem as legislações, não oferecem o que prometem, deixando um rastro de problemas, provando então, que nem sempre os badalados da mídia espontânea e até paga via anúncios, são o que as embalagens midiáticas realmente tentam passar.
     A publicidade é prima da mídia espontânea, vendendo e anunciando só o lado bom de produtos e serviços, levando multidões enganadas ao desespero com cirurgias fatais, mortes lentas pela ingestão de substâncias letais e tantas outras nefastas consequências mais.
       Os comunicólogos que se preocupam com o poder da mídia já apresentam mestrados e doutorados para que se tenha uma leitura mais atenta e apurada da comunicação em geral. Estamos precisando além de saber ler, escrever e digitar, ENTENDER as entrelinhas da mídia em geral, para que possamos diminuir a influência cada vez mais poderosa que ela tem em nossas vidas.
      O mundo moderno precisa então decifrar a mídia, sob pena de que esse tipo de analfabetismo, nos leve a situações cada vez mais desagradáveis.

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma” (Joseph Pulitzer – 1847-1911)
       
*       É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

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