Por Leonardo Sodré
Jornalista e escritor
Alcebíades, turista vindo de Ingá do Bacamarte não acreditava em OVNI. Depois da farofada na Praia de Cotovelo, onde rolou muita galinha caipira, com sua turma, ficou extasiado olhando para as nuvens de chuva que estavam se formando depois que um banhista gritou:
- Parece que o Céu está vivo!
Ele não percebeu a multidão de formigas que estavam se formando ao seu lado, num chão repleto de farinha, restos de galinha e algumas garrafas de cachaça. Estava encantado com o Céu vivo e aquele mar imenso que ele nunca tinha visto, a não ser em fotografias.
De repente o chão se abriu e ele caiu dentro de uma nave que estava enterrada, pronta para voar em direção as nuvens. Uma formiga morena gigante, com uma bunda enorme, que o recebeu nos braços foi logo dizendo:
- Bibi, meu anjo, eu vou lhe abduzir.
Alcebíades sentiu o hálito quente da negona e perguntou já se achando confortável naqueles braços enormes:
- Vai “zuir” o quê? Não entendi...
- Fique calmo, meu bem, e vá tirando esse calção de tergal da feira de Caruaru, que você vai gostar.
Nunca mais Bibi foi o mesmo. Tampouco, durante o resto de sua vida, pisou numa formiga. Naquela tarde ele conheceu o Céu. E, vivo!
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